Description:
A presente dissertação visa analisar as percepções dos trabalhadores e trabalhadoras de
uma empresa pública do estado de Minas Gerais, sobre a incidência de assédio sexual
contra mulheres em locais de trabalho, as atitudes da empresa quanto ao enfrentamento
desta questão em suas unidades, considerando-o como violência contra mulheres
influenciada pela cultura patriarcal. As relações na sociedade são marcadas por papeis
sociais imputados aos sujeitos. Para compreender o processo de violência contra as
mulheres na sociedade contemporânea, o fio condutor metodológico deste estudo
qualitativo está na compreensão do assédio sexual no trabalho, usando como campo
empírico de pesquisa a Emater-MG. Buscou-se, nesta investigação, realizar uma análise
crítica do processo de violência contra as mulheres, seus impactos psicológicos e formas
de combate. A pesquisa identificou e analisou ações existentes na política de recursos
humanos da empresa e como ela se coloca quanto à identificação e solução de atos de
assédio sexual no local de trabalho. Constatou-se não existir programa institucional de
prevenção ou combate ao assédio sexual na empresa. Foi realizado um estudo junto a 154
trabalhadores e trabalhadoras da empresa, por meio de um questionário eletrônico com
questões abertas e fechadas, para identificar e analisar a percepção sobre as formas de
assédio moral e sexual, sua ocorrência, consequências, possíveis ações de prevenção e
quais são as maiores vítimas. Os resultados da pesquisa demonstraram uma percepção
maior de ocorrência, na empresa, de assédio moral em relação ao sexual, além de
confirmar as mulheres como maiores vítimas, o que aponta para a constatação de que
influências patriarcais favorecem a ocorrência desta violência na empresa. Emerge-se,
portanto, a necessidade de se discutir formas de conscientização, prevenção, acolhimento
de denúncias e punição de assediadores, com ampla divulgação na empresa, facilitando,
desta forma, o combate ao assédio sexual contra mulheres na empresa.