Descripción:
O presente trabalho analisou o impacto da Emenda Constitucional no
95 (EC 95/16) na área da
saúde, com ênfase no tratamento de pessoas que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS) para
o tratamento do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e da Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (Aids) no estado de Minas Gerais. A EC 95/16, também conhecida como “Teto de
Gastos Públicos”, instituiu no Brasil um novo regime fiscal que abrange os Orçamentos Fiscais
e a Seguridade Social da União. À época da aprovação, a base do então governo de Michel
Temer garantiu que as áreas da saúde e da educação não sofreriam impactos negativos com o
novo regime fiscal implantado. No entanto, ao contrário disso, o Brasil vive inúmeros
retrocessos nas áreas em questão, com um agravante atual no governo Bolsonaro. Organizações
da sociedade civil — tais como sindicatos, partidos políticos, conselhos profissionais e
entidades de classe — apontam as deficiências impostas pelo modelo fiscal e consideram que
a EC 95/16 é inconstitucional. A partir disso, buscou-se revisar a parte histórica dos direitos
garantidos e consagrados na Constituição de 1988, focando o direito à saúde e contestando o
impacto da emenda, principalmente para os cidadãos que dependem do SUS para tratamento de
saúde contra HIV/Aids. Assim, constatou-se que os ajustes propostos pela EC 95/16 fragilizam
investimentos sociais direcionados à população mais pobre. Ademais, verificou-se que tal
enfraquecimento se faz evidente na proposta de reajuste dos investimentos, que ficou abaixo
dos investimentos dos anos anteriores à emenda. De acordo com o texto do referido documento,
todo o gasto primário passou a ser corrigido segundo dados do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), ou seja, o reajuste é aplicado pela inflação acumulada do ano
anterior. Diante da discussão, a pesquisa concluiu que houve, e ainda haverá, grande impacto
na área da saúde e na população que depende do SUS para o tratamento de HIV/Aids no estado
de Minas Gerais.