Description:
Esta pesquisa se propõe analisar de forma reflexiva e crítica os processos históricos e
conceituais da sociedade brasileira, que desde o período colonial, o supremacista branco faz
uso do racismo, seus tipos assemelhados e dele derivados para manter o negro excluído, haja
vista a miríade de possibilidades que o racista tem para a prática do preconceito e da
discriminação. Infere-se que o racismo ultrapassou o período colonial e em pleno regime
republicano se instalou na estrutura do Estado, se tornando presente na trajetória da mulher
negra no processo educacional, inclusive no ensino superior, que só alcança a graduação ou
pós-graduação se furar a bolha do racismo. A estratégia do supremacista branco em se
apropriar do Estado torna a mulher negra impedida de usufruir, em pé de igualdade, os
direitos da coisa pública, obrigando-lhes a executar trabalhos de menos valia e as
transformam, em maioria, na base da pirâmide social. A análise das políticas públicas e de
educação, período 2003 a 2020, deixa claro o contraste entre a política progressista de
atendimento integral à mulher conforme as convenções internacionais, das necessidades das
mulheres negras, visando à graduação e pós-graduação e, a neoliberal e conservadora que
captura, aprisiona, explora e domina ao promover o epistemicídio por meio do racismo
estrutural.