A presente pesquisa se propõe a refletir sobre as políticas públicas na área da Assistência Social, considerando o encontro entre procedimentos formais resultantes da construção burocrático-administrativa estatal e práticas que essa construção visa substituir, baseadas em tradicionais relações de dominação e trocas de favores personalizadas. Para essa discussão, foi privilegiado o contexto de um município de pequeno porte, mais especificamente Lavrinhas, no interior de São Paulo. O problema que motiva a construção da pesquisa consiste na seguinte questão: quais elementos de política local interferem no desenvolvimento adequado da política de Assistência Social? Ou, considerando a história de construção do Estado brasileiro desde os anos 1930, como se perpetuam e com quais efeitos, condições e fenômenos que resistem à implementação dessa política como verdadeira política pública? Em termos de metodologia, a pesquisa recorreu a levantamento e análise bibliográfica, documental e de dados, além de mobilizar registros de experiência profissional, em diálogo com reflexões recentes sobre a plasticidade de métodos de corte etnográfico. A conclusão geral do trabalho é a de que, a despeito da importância da construção institucional legal no âmbito da gestão, seu emprego deve ser sempre complementado por investimentos em participação e controle social, formação política e histórica que fundamentem os recursos técnicos em visões em favor do bem público e coletivo