Description:
Este trabalho tem como objetivo discutir e entender a complexidade da questão da
política de Segurança Pública das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), que trouxe a
reboque a esperança de igualdade entre morro e asfalto. Este modelo de política de
Segurança, novo no Estado do Rio, implementado em 2008 e iniciado em 2009 tinha,
entre seus objetivos, a recuperação de território, uma polícia mais próxima do morador
de favela e, ainda, abrir caminho e garantir serviços públicos e privados à comunidade. O
modelo trouxe expectativas da favela ao asfalto, pois, desde o início, houve um excesso
de propagandas otimistas. As ocupações eram pacíficas, sem enfrentamento, executadas
com planejamento e anúncio prévio. Este anúncio provocava o esvaziamento da
população criminosa do local, evitando confrontos. Se a nova política de Segurança
Pública - UPP - trouxe esperança à população do Estado, esta esperança ganhou mais
força na população da favela. Esta dissertação trabalha o esperançar do morador de favela
em relação ao projeto UPP, usando como laboratório de análise a comunidade do Morro
da Mineira, no Complexo de São Carlos, com entrevistas com moradores que vivenciaram
a construção do modelo de Segurança Pública - UPP, iniciado em 2011, a décima sétima
UPP instalada no Estado. Seu fim prematuro deu-se em 2018 e gerou frustração e medo.