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Após décadas de auge do Estado de Bem-Estar Social caracterizado por forte presença do
Estado na economia e arranjos institucionais de longo prazo num contexto em que os sindicatos
tinham força política e capacidade de impor negociações, a partir da década de1980 avança
no Brasil e no mundo uma nova fase do capitalismo conhecida como neoliberalismo. Essa nova
fase é marcada por, entre outras coisas, a diminuição das capacidades do Estado, de forma que
suas funções sejam influenciadas pela iniciativa privada.Esse processo perpassa as diversas
áreas da administração pública, incluindo as decisões acerca da pesquisa e desenvolvimento.
Com isso em mente, este trabalho busca investigar como isso se manifesta na política científica
brasileira. O escopo desta pesquisa se encontrano período entre os anos de 1995 e 2010 com
os mandatos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Levando em
consideração as divergências políticas e ideológicas entre seus respectivos partidos, buscamos,
através da análise de documentos, legislações, entrevistas e discursos, verificar se há
continuidade do avanço neoliberal na formulação da política científica no Brasil.