Este trabalho tem como foco a observação da aplicação das políticas públicas e dos programas sociais sobre a população de jovens que se tornou vítima fatal do tráfico de drogas na cidade de Taiobeiras, Minas Gerais, entre o ano de 2013 e o mês de maio de 2017, realizando uma análise interpretativa sobre se essas políticas públicas e esses programas sociais interferiram ou não nas condições de vida daquele público antes da ocorrência de seus óbitos. A abordagem teórica desta dissertação se faz com base nos seguintes conceitos: i) De violência, a partir de Marilena Chauí, especificamente aquela que impede o direito fundamental à vida; de Fabio de Sá e Silva, sobre as linhas teóricas que abordam as origens e causalidades do fenômeno violento; de Célia Nonata da Silva, no tocante à violência cultural registrada na história dos sertões mineiros; e de aumento da violência nas pequenas cidades, em Angela Maria Endlich e Pedro Henrique Carvanelli Fernandes; ii) De juventudes, em Miriam Abramovay e Mary Garcia Castro, com foco na juventude pobre e periférica; de disposicionalidade violenta ou como os jovens se formam violentos, em Marcos Rolim; e de violência específica contra jovens, extraídos dos dados do Mapa da Violência, em trabalho de Julio Jacobo Waiselfisz. São escrutinadas a Política Pública de Educação e os Programas de Transferência de Renda que alcançam alguma cobertura no município. A história do município de Taiobeiras é tomada como elemento processual, para explicar a emergência da violência contra jovens pobres na atualidade.