A criação de políticas públicas passa pela escolha e pelas intenções de um governo, no afã de combater as desigualdades sociais e promover o crescimento econômico, como também, as demandas dessas políticas podem surgir dos grupos sociais que serão diretamente beneficiados por elas. Partindo dessa premissa, este estudo tem por finalidade compreender como artistas e grupos de teatro de Ouro Preto, em Minas Gerais, são afetados pela ausência de políticas culturais específicas para o setor. Trata-se de uma pesquisa qualitativa-quantitativa na qual, partindo de diálogos com a comunidade teatral, reflete sobre a conjuntura em que se encontra esta classe e o levantamento de demandas por ela, para, enfim, buscar estratégias que atendam tais demandas a partir da performance econômica apresentada pela cidade no presente momento. Para tal, dois pontos foram importantes para esta compreensão. O primeiro que diz respeito à regulação da atividade artística, bem como os direitos constituídos pelo setor através da Constituição Federal e dos tratados dos quais o Brasil é signatário. O segundo, o reconhecimento da atividade teatral enquanto manifestação política e social, através da história. Os impactos sociais e econômicos oriundos de políticas culturais aplicáveis à realidade ouro-pretana permitem pensar na criação, implementação e manutenção de políticas públicas, tendo como conceito norteador a promoção social, no que se refere às oportunidades criadas pelo Estado, sua interação no campo da economia, assim como seus resultados e, por fim, a autonomia dada à sociedade para participar dos processos de construção de tais políticas. Espera-se que a criação de políticas públicas coloque a atividade teatral ouro-pretana dentro da cadeia produtiva da cultura, não só como garantia de renda e trabalho para os seus profissionais, mas também permitindo a continuidade e manutenção da criação de projetos e pesquisa cênica.