O objetivo desta dissertação é apresentar os resultados das percepções dos jovens aprendizes do Projeto Primeiro Passo sobre o mundo do trabalho. A investigação se deu com as turmas de 2019-2020 do município de Juazeiro do Norte/CE. A análise foi realizada de forma qualitativa por meio da pesquisa de campo exploratória, trabalhamos com levantamento de fontes primárias, resultantes das entrevistas semiestruturadas com 10 jovens aprendizes, assim como utilizamos fontes secundárias, levantadas a partir das análises documentais de diversas instituições, leis, decretos, bem como sites, sistemas e banco de dados. Os resultados indicam que a trajetória dos jovens em relação ao mundo do trabalho está centrada em estruturas eivadas de contradições e que a sua inserção formal se dá de forma precarizada. O discurso oficial do trabalho digno não se cumpre na prática, as políticas públicas de trabalho e renda para esse grupo etário e para a sua classe social são insuficientes, ao passo que não se efetivam enquanto promotoras de justiça social, muito pelo contrário, acentuam as desigualdades de oportunidades, pois os jovens das classes subalternas, dada as condições socioeconômicas, são impelidos a buscarem inserção no mundo do trabalho cedo ou de forma precoce, enquanto os jovens filhos das classes ricas ou abastardas podem escolher prolongar os anos de escolaridade. Este estudo aponta para a importância de uma compreensão das necessidades inerentes às juventudes, abalizados nas suas condições enquanto classe social, haja vista que as políticas existentes, alicerçadas nas tendências neoliberais, promovem cada vez mais inserções precarizadas no mundo do trabalho ao passo que aprofundam os problemas do desemprego estrutural em um capitalismo periférico como o brasileiro. Consequentemente permitem a manutenção de uma histórica reprodução das classes subalternas, fincadas numa subcidadania, relegando a essas classes políticas públicas que somente aprofundam essas desigualdades