Descripción:
Elevar o desempenho dos estudantes em função da melhora da disciplina e da diminuição da
violência é a pergunta que esta dissertação buscou responder. Esta indagação veio com a adoção
da militarização de escolas públicas do DF; para tanto, o presente trabalho aborda a adoção do
modelo em quatro escolas que compuseram o projeto piloto. A partir da aplicação de
questionários semiestruturados, a pesquisa buscou identificar, junto a alguns atores da
comunidade escolar — gestores pedagógicos, gestores disciplinares e professores —, se, a partir
da conversão das escolas em cívico-militares, houve a elevação do desempenho dos estudantes.
Ademais, a dissertação também se apoia em indicadores de desempenho nacionais (como
SAEB e ENEM), além de dados das próprias escolas sobre a evolução da aprovação e da
reprovação. Diante do discurso governamental de se ancorar no desempenho das escolas
militares (do Exército, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar) como argumento
central para sua política, buscou-se um paralelo entre as escolas militarizadas e algumas escolas
de corporações militares, escolas essas que estão assentadas, principalmente, na premissa de
que a presença de forças policiais acarreta mais disciplina e menos violência, condições
necessárias para a melhora do desempenho. Os resultados encontrados nos questionários
destoam dos indicadores obtidos. Por fim, salienta-se o fato de as escolas que adotam o referido
modelo estarem localizadas em regiões periféricas, um dado importante na análise. Apesar de
o modelo ser bastante disseminado pelo país, a literatura aponta para a sua ineficiência, bem
como para a incongruência com relação à concepção de uma educação formadora,
emancipadora e democrática