Este trabalho propõe a construção de um dialógo, com o intuito de correlacionar o direito à cidade ao Plano Diretor. Como objetivo principal, buscamos analisar em que medida o Plano Diretor e a sua revisão contribuem para o direito à cidade, usando como objeto de pesquisa o município de Nova Lima, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. Como fio condutor teórico, usamos as obras de Harvey (1980) e Lefebvre (2001, 2002), agregando outros trabalhos de renomados críticos da questão urbana. Dessa forma, construímos o exercício de pensar a cidade democrática dentro de um contexto dinâmico de produção e de reprodução social. Ademais, procuramos, por meio da análise teórica, compreender e entender o conceito de cidade, bem como os seus desafios e as transformações nela ocorridas face às contradições sociais manifestas no espaço urbano. A partir disso, constatamos a dinamicidade e a pluralidade da cidade construída na relação e na reprodução das forças sociais presentes no espaço urbano. Diante desse arcabouço de estudos, concluímos que o Plano Diretor só alcançará seu caráter democrático se o poder de Estado abrir espaço para a franca participação da sociedade civil, envolvendo-a, de fato, nos mecanismos participativos e decisórios no processo da gestão do território.