Descripción:
A pesquisa visa investigar as arenas de disputas políticas e simbólicas sobre as políticas públicas
de ampliação de acesso ao Ensino superior no Brasil entre os anos de 2005-2008. A perspectiva
desenvolvida, baseada parcialmente na literatura especializada do campo de pesquisas, é de que as
disputas sobre as políticas públicas refletem os consensos e conflitos sociais que são engendrados
por diferentes agentes políticos e sociais, de grupos ou frações de classe organizadas, mas que
precisam passar por uma operação simbólica para se converterem em interesses mais gerais da
sociedade brasileira. Tais consensos e conflitos podem ser resumidos entre aqueles/as agentes que
defendem as restrições de acesso aos bens produzidos socialmente, sejam estes bens políticos,
sociais, econômicos ou culturais, logo são agentes do privilégio, e aqueles que buscam
universalizar o acesso aos bens desigualmente distribuídos, portanto, são agentes da
universalização ou da democratização destes bens — pelo menos nos termos das condições de
acesso. Intencionamos investigar os aspectos substancialista (interesses imediatos) e simbólico
(valores sociais amplos) das estruturas elementares das políticas públicas. Objetiva-se, assim,
mapear e analisar os discursos produzidos sobre as políticas públicas por dois diferentes agentes
políticos e sociais que podem ser identificados sumariamente como os agentes governamentais
(Mensagens Presidenciais) e os movimentos sociais (relatórios finais das conferências) no período
destacado. Visamos, de modo prioritário, observar as disputas políticas e simbólicas pela
construção das políticas públicas de educação dentro da perspectiva da agenda democratizante do
acesso ao ensino superior, localizando-se a análise em quatro políticas públicas fundamentais:
PROUNI, REUNI, FIES e as políticas públicas de ação afirmativa (cotas raciais/cor, indígenas e
sociais). No levantamento de dados identificamos que nosso melhor ponto de observação é feito
pelo recurso metodológico de construção da pesquisa por uma perspectiva fragmentária de
trabalho, onde as produções discursivas (mensagens e relatórios finais) serão postas em planos de
convergência e divergência em termos de interesses e ideias-força, onde estes dois grupos de
agentes políticos e sociais intencionam interferir e influenciar a esfera pública para implementação
das políticas públicas em análise aqui. Com isso, busca-se também identificar de modo indireto ou
contrapelo as grades de oposição à agenda democratizante do ensino superior, observando se tratar
de disputa política e simbólica no campo educacional no Brasil, mas também de sentido e projetos
de sociedade.