A presente dissertação buscou jogar luz sobre a atuação do Programa Ribeirão Criança, que ocorreu no início da década de 1990 e no início anos 2000. Nos anais das atividades culturais do Partido dos Trabalhadores, embora a cidade tenha se destacado no que diz respeito a atividades culturais, Ribeirão Preto é muito pouco ou quase nada citada, mesmo o Programa Ribeirão Criança tendo recebido o Prêmio Criança e Paz, do UNICEF. Para isso, busquei apoio na teoria bourdieusiana, mormente nas noções de campo social, habitus, capital cultural e arbitrário cultural, de modo a demonstrar que a aquisição de capital cultural, em determinado grau, pode ser facilitador de geração de prestígio social, que resulta em mobilidade social, que, consequentemente, promove bem-estar individual ou coletivo. Foi objetivo do presente trabalho, também, facilitar o contato com a obra de Pierre Bourdieu cujo desenvolvimento das noções, propositalmente, é feito de maneira a complicar a compreensão dos iniciantes. Entrevistei apenas quatro egressos do Programa Ribeirão Criança, fato que não me permite generalizar os resultados obtidos, mas, aponta para as mesmas conclusões a que chegou Pierre Bourdieu, no final da década de 1960, na França, isto é, o capital cultural, no que diz respeito a prestígio social, é correlato ao capital econômico. As entrevistas com os egressos do Programa Ribeirão Criança demonstraram que, a partir da ressignificação do habitus dos entrevistados, impulsionada pela participação nos projetos de música, todos apresentaram, relevante mobilidade social