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RESUMO: O ensino remoto emergencial, com o uso de mídias e redes sociais para
planejamento e execução das aulas remotas emergenciais, em um ambiente em que professores
e alunos se apropriam das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), foi a
estratégia adotada pela Escola Elvira Jost, em Nova Hartz/RS, durante o período de isolamento
na pandemia de covid-19. Por seu turno, esta pesquisa visa colocar escola, gestores, professores
e alunos do ensino médio como protagonistas no uso das referidas tecnologias, considerando
alcances e limites, a fim de averiguar se a execução das aulas remotas emergenciais supre o
direito à educação, previsto no artigo 6 de CF-88, nas políticas públicas pensadas pelo Estado,
para fazer frente ao fechamento das escolas. Para tanto, foi realizado um resgate histórico da
forma como o Estado Brasileiro atua desde sempre, até chegar ao local onde o aluno vive e, a
partir desse levantamento, com entrevistas a professores, gestores e alunos, demostram-se os
desafios, as soluções efetivadas, o percurso durante a pandemia e a avaliação global do ensino
remoto emergencial, bem como os equipamentos físicos, tecnológicos, materiais e humanos
disponíveis. A visão marxista adquirida a partir de leituras e análises das teorias de Estado,
baseada em Guillermo O’Donnell, das políticas públicas educacionais em Jamil Cury, Dalila
Oliveira e Ana Maria Jesus Clementino, trouxeram importantes contribuições para a teoria
produzida no trabalho e certamente contribuíram para um olhar apurado na análise das
entrevistas realizadas junto ao objeto da pesquisa. Com o enfoque teórico da Análise de
Conteúdo de Bardin (2016), utilizado para sustentar a pesquisa exposta neste trabalho, visamos
levantar pontos coerentes da expectativa da política pública em educação e da realidade
encontrada nas falas dos atores, sobre a execução ou ausência desta. O Estado do Rio Grande
Sul, responsável pela política pública em educação, por meio de um governo de orientação
ideológica neoliberal, adepto do “Estado mínimo”, deixa de alocar as verbas necessárias na
política pública, comprometendo a eficácia e a eficiência. Com efeito, há nítido entusiasmo em
utilizar as novas tecnologias disponíveis, visto que o interesse dos alunos aumenta, à medida
que se utilizam ferramentas conhecidas e utilizadas por eles, conforme constatado no
levantamento inicial. Porém, tal política pública incompleta ou insuficiente sugere que ela seja
complementar e não recomendada como ferramenta permanente em educação, em substituição
às aulas presenciais no ensino médio. Por fim, visa-se trazer a percepção de que o ensino remoto
emergencial não pode ser descolado da realidade do aluno e dos professores, em sua condição
material e humana, sob pena de limitação ou fracasso da política pública em questão.