A questão do acesso das mulheres ao poder de Estado, destacadamente ao Poder Legislativo, não se restringe ao aspecto relativo ao crescimento acerca do número de cadeiras ocupadas por elas, muito embora seja esse um dado valioso, resultado da luta das mulheres. É também do mesmo modo relevante, para entender esse universo, em que condições ocorre o exercício desse poder. Nesse sentido, a primeira questão explorada nesta pesquisa é: havendo uma assimetria decorrente da questão de gênero nesses espaços do Poder do Legislativo, que maneira elas se expressam? Desse modo, o objeto deste estudo é a atuação das parlamentares mulheres na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na Legislatura 2019-2023. A metodologia utilizada foi de caráter descritivo-explicativo, pela qual os fenômenos observados são primeiramente explicados mediante uma tentativa de descrição da realidade. Foi utilizado o método dissertativo, entendido como estudos de casos múltiplos para a realização de 5 (cinco) entrevistas, seguindo o roteiro aprovado pela Comissão de Ética da FLACSO. O resultado desta pesquisa demonstra de modo contundente que o fato de elas terem conquistado o direito de votar e de serem votadas não lhes asseguram as condições de igualdade de oportunidades para garantir o pleno exercício do mandato, em razão das estruturas socioculturais patriarcais e machistas que permeiam a Alepe de forma laminar.