A presente dissertação visa compreender os processos de organização, formação e participação cidadã dos coletivos de jovens da região sisaleira da Bahia, principalmente as inovações operadas por jovens agricultores familiares para intervenção nas políticas públicas de fortalecimento da agricultura familiar, de juventude rural e convivência com o semiárido. Para tanto, o enfoque qualitativo da pesquisa considerou as contribuições da literatura especializada sobre juventude rural no Brasil e na América Latina, encontradas no portal de periódicos da CAPES nos últimos cinco anos, os trabalhos acadêmicos de jovens militantes dos movimentos sociais do campo e a análise de documentos institucionais sobre os coletivos de jovens entre os anos de 2004 e 2008, período em que esse movimento juvenil teve o desenvolvimento pleno das suas capacidades de organização e atuação nas políticas públicas. Enfrentando a invisibilidade social da juventude rural do semiárido baiano, os coletivos de jovens se organizaram e construíram processos educativos, com base na educação popular de matriz libertadora, voltados para a construção de identidade juvenil, autonomia, solidariedade e participação cidadã, em articulação com o MOC, sindicatos de trabalhadores da agricultura familiar, entre outras organizações e movimentos populares dentro e fora da região sisaleira da Bahia. A análise crítica sobre as políticas públicas de juventude contribuiu para a delimitação do cenário de emergência dos coletivos de jovens, bem como ajudou na compreensão das demandas represadas e atuais para a garantia de direitos da juventude rural, após o golpe de Estado que interditou o governo Dilma Rousseff. Nas considerações finais, encontram-se sistematizadas as principais contribuições dos coletivos de jovens do semiárido baiano para as políticas públicas de juventude rural, na perspectiva do reconhecimento dos jovens rurais como sujeitos de direitos e atores políticos relevantes para a sociedade contemporânea.