O estudo teve como objetivo entender se existem diferenças nos rendimentos escolares entre alunos que estudaram em Escolas de Tempo Integral em comparação aos alunos que nunca estudaram em Tempo Integral. São observadas assim as notas obtidas nas três séries do ensino médio de um grupo de alunos com experiências diferenciadas em relação a terem ou não frequentado uma Escola de Tempo Integral. O grupo foi selecionado de uma escola pública de ensino médio, localizada na periferia de uma cidade do interior do estado de São Paulo. A escola recebeu alunos que estudaram entre 1 e 5 anos de sua vida acadêmica em Escola de Tempo Integral e alunos que nunca estudaram em Escola de Tempo Integral. Foram levantados os dados das escolas que enviaram e da escola que receberam os alunos; se aplicaram questionários aos professores e alunos e observadas as notas dos mesmos durante todo o ensino médio, e foi realizado um cruzamento desses dados e análises. Como resultados foram encontradas diferenças e semelhanças entre os grupos estudados: alunos carentes, professores empobrecidos economicamente, propostas pedagógicas diferenciadas, alunos que acreditam na qualidade da Escola de Tempo Integral e outros que as consideram com um fator que atrapalha o jovem a entrar no mercado de trabalho. Observou-se que os alunos que estudaram em Escola de Tempo Integral obtiveram no geral notas levemente mais altas nas três séries do ensino médio, uma diferença pequena que sozinha não é capaz de afirmar que estes alunos estão de fato melhor preparados para dar continuidade nos estudos ou enfrentar o mercado de trabalho. O estudo reforça a ideia que a implantação de Escolas de Tempo Integral continua sendo uma política pública importante na melhoria da qualidade do ensino brasileiro, ampliando o contato do aluno com um maior leque de saberes, reforçando a meta seis do Plano Nacional de Educação: oferecer educação em tempo integral para no mínimo 50% das escolas públicas, de forma a atender pelo menos 25% dos (das) alunos (as) da educação básica.