A situação da população dos municípios com até 50 mil habitantes do interior do Rio Grande do Sul, revelada pelo Censo Demográfico 2010 do IBGE, é uma somatória de envelhecimento, empobrecimento e esvaziamento. O objetivo desse estudo é realizar análise da situação, incluindo propostas para alterá-la. O método utilizado para desenvolver o estudo combinou pesquisa dos dados demográficos, econômicos e sociais dos censos do IBGE, com a leitura de estudos sobre a temática, mais entrevistas e relatos de experiências do autor e pesquisa sobre a situação de outros países, buscando encontrar semelhanças. Conclusões principais do estudo: no Rio Grande do Sul, o Estado funciona muito aquém das necessidades da maioria da população do interior, a “máquina governamental” vive mais para si própria do que para atender à população, e faltam estratégia de caráter estadual e lideranças políticas pensando estrategicamente o Estado, para desenvolver o estado inteiro. Como agravantes, a fragmentação e dispersão municipais, expressas na existência de 404 municípios com menos de 20 mil habitantes, a concentração do desenvolvimento econômico nos 93 municípios restantes, e as políticas públicas e ações de governo tratando especificamente de regiões ou segmentos da economia. Para revitalizar o interior do Rio Grande do Sul, serão necessárias articulações políticas, ações de marketing e políticas públicas que tratem integralmente o seu desenvolvimento econômico e social, o que exigirá alterar drasticamente o “modus operandi” do Estado e a lógica que move a política municipal e regional.