O magistério público paulista consolidou a política de formação continuada como direito nas últimas quatro décadas do século XX. Este trabalho se propõe a investigar a formação continuada e de que forma esta tem favorecido a valorização da carreira do magistério público da rede estadual. O recorte para a escolha dos docentes participantes da pesquisa são os dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio do município de Taboão da Serra. Averiguar se os dispositivos de evolução e promoção na carreira, constantes na legislação paulista, influenciaram a ampliação de professores com pós-graduação, bem como se, ao buscar os cursos, visam o ganho salarial, foi o fulcro deste trabalho. Recentemente, a rede estadual regulamentou os mecanismos de evolução na carreira; no mesmo período, no Brasil, o ingresso nos cursos de pós-graduação tornou-se mais acessível para toda a população, atingindo também os docentes. Os diversos movimentos no número de matrícula, docentes e organização da rede estadual, mais o estudo da escolaridade docente no Brasil, em São Paulo e no município estudado, Taboão da Serra, apontaram que há sim, no País e na rede estadual paulista, o fenômeno de aumento de profissionais pós-graduados, principalmente, na modalidade Lato Sensu. O percurso do estudo apontou que os docentes buscaram enriquecer sua formação como meio para superar as lacunas que restaram da graduação, além de procurar, nesses estudos, meios para superar as condições, muitas vezes, inóspitas das salas de aula da rede estadual paulista. Nos relatos desses docentes, pode-se apurar que a valorização requerida deve ser efetivada com a atenção às condições objetivas em sala de aula, a percepção social da carreira e o ganho salarial para todos. A atual legislação é considerada insuficiente para garantir a merecida valorização.