O presente trabalho está inserido no campo do debate da participação popular e sua relevância na construção das políticas públicas e, neste caso em especial, do orçamento público municipal. Em análise o município de Amélia Rodrigues, no interior da Bahia, tendo como recorte temporal o período de 2009/2012, período em que o município foi gerido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), o qual se notabilizou por pautar a participação cidadã e o controle social como pilares do que se convencionou chamar de Modo Petista de Governar. A pesquisa focou na análise de como se configurou a construção do orçamento público no referido município e avaliou se houve a lógica tradicional e verticalizada em que a população é excluída dos processos políticos decisórios, ou se houve estímulo à participação popular e ao controle social por meio da democratização do processo orçamentário. Ademais, observou quais consequências resultaram na vida social do município de Amélia Rodrigues, que até então não possuía um histórico de experiências participativas e de organização popular em entidades civis. Para tanto foi realizada uma abordagem histórica sobre a participação popular no Brasil, bem como uma análise do que vem a ser o Orçamento Participativo implantado pelo Partido dos Trabalhadores em suas gestões, das quais selecionamos dois municípios como referências: Porto Alegre/RS e Alagoinhas/BA. A partir deste ponto realizou-se uma análise crítica das estratégias políticas, mecanismos de mobilização e instrumentos legais utilizados na construção do orçamento público em Amélia Rodrigues, com escopo de responder as indagações que balizaram a construção desta dissertação.