Descripción:
Este trabalho tem por objetivo investigar se o ProUni, enquanto Política Pública de Acesso ao Educação Superior, tem possibilitado aos negros soteropolitanos egressos do programa transpor os limites impostos pelo racismo estrutural e sistema econômico, alcançando à mobilidade social na cidade de Salvador-BA. Tivemos como referência a produção teórica sobre os temas: Educação, Raça, ProUni e Mobilidade Social. O referencial teórico com o qual buscamos compreender a problemática deste trabalho foi constituído com os estudos dos seguintes autores: Florestan Fernandes, Marcio Pochmann, Darcy Ribeiro, Lélia Gonzalez, Kabengele Munanga, Angela Davis, Dermeval Saviani, Rômulo Almeida, Jessé Souza, Silvio Almeida, entre outros. O ProUni faz parte de um plano de ação do governo federal no esforço de ampliar e democratizar o acesso ao ensino superior no país, tendo como finalidade a concessão de bolsas de estudos, em cursos de graduação, a estudantes brasileiros de baixa renda que tenham cursado o ensino médio em escola da rede pública ou como bolsista integral em escola particular. Utilizamos a pesquisa quali-quanti, que se desenvolveu num processo marcado por reflexões e antagonismos na construção do conhecimento, bem como na coleta dos dados obtidos através de questionários eletrônicos compostos de questões fechadas e abertas. Os sujeitos da pesquisa foram negros soteropolitanos que concluíram a graduação pelo ProUni em Instituições de Educação Superior Privadas localizadas na capital da Bahia. Concluiu-se que, o fato de possuir uma graduação, por si só, não elimina o racismo entranhado nas relações sociais existentes na cidade de Salvador-BA, entretanto, o ProUni torna-se uma variável preponderante no processo de melhorias socioeconômicas vivenciadas pelos egressos negros do programa por meio da ampliação do conhecimento e das relações sociais, qualificação profissional, acesso ao mercado de trabalho e mobilidade social horizontal, proporcionando-lhes meios para o combate ao racismo.