O sistema patriarcal de dominação social e a cultura machista que lhe dá sustentação estão na base de uma sociedade desigual e alimentam todas as formas de violência de gênero. Ainda incipiente e recém integrado à legislação que visa combater a violência doméstica, os Grupos Reflexivos de Gênero para homens autores de violência podem ser ferramentas promissoras para transformar a realidade com base na reflexão em busca da responsabilização e compreensão das causas que levam homens a praticar violência contra mulheres e a retroalimentar uma cultura de opressão e desigualdade. Este estudo parte da revisão bibliográfica sobre o tema e se debruça sobre Grupos de Reflexão de Gênero formados no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, a partir da participação do autor2 como facilitador nas atividades buscando observá-la por uma perspectiva fundada na etnografia, realizando um levantamento e observação também sobre resultados de iniciativas congêneres, a fim de compreender como se formam, se desenvolvem, e quais os possíveis resultados práticos desse tipo de ação, a fim de projetar se essa dinâmica possui potencial de se tornar uma política pública efetiva no ambiente judicial e para além dele.