Descripción:
A motivação dessa pesquisa é identificar as causas do segregacionismo
educacional e profissional que atinge as mulheres negras, culminando num apartheid
que gentrifica a engenharia brasileira. Para isso, foi preciso demonstrar como o sistema
educacional marginalizou essas mulheres, limitando-as à periferia da formação
acadêmica e das ocupações laborais por meio da revisão bibliográfica-documental,
utilizando artigos, livros, teses, monografias, questionários, relatórios parciais e outros
registros documentais, além de um levantamento por meio de entrevista transcritas com
profissionais da área, recém formadas e universitárias. As análises nos apresentaram
como resultado que incentivos em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM)
desde a tenra idade, seja na instituição de ensino pública ou privada via os primeiros
anos escolares, assim como exemplos no seio da família ou mesmo a exposição de
personalidades públicas por meio das mídias de comunicação, sobretudo, campanhas
públicas promocionais de cunho social com mulheres negras que atingiram sucesso por
meio da atuação em STEM, colaboraram com a construção de políticas públicas
inclusivas, tais como a política de cotas desde o ensino técnico médio seja nas
instituições de ensino, seja nas ocupações no mercado de trabalho. Sobretudo, destacar
que a discussão sobre a democratização racial dos espaços de poder para as engenheiras
negras no Sistema Confea/Crea e Mútua, em particular no Crea-RJ e Entidades de
Classe no âmbito do estado Rio de Janeiro, ainda se encontra muito incipiente,
necessitando ampliar o espectro do Programa Mulher proposto pelo próprio Sistema
Confea/Crea e Mútua para traçar diretrizes que estimulem a participação da mulher,
mas, que até a conclusão deste trabalho se resume a debater a questão de gênero, o que
também é algo de profunda desigualdade em desfavor para o sexo feminino.