Essa dissertação aborda as alterações ocorridas na dinâmica dos festejos de Momo nas Escolas de Samba do Rio de Janeiro em virtude da mudança política ocorrida a partir do golpe parlamentar, jurídico e midiático de 2016. A problemática central consiste em compreender de que forma essa mudança política impactou as agremiações carnavalescas e suas manifestações artísticas. Para alcançar esse objetivo, adotou-se uma abordagem metodológica que consistiu na análise dos enredos das escolas de samba durante o período pré e pós-golpe. Os resultados obtidos revelaram a resposta contundente da arte ao movimento de ruptura democrática. Os enredos das escolas de samba se tornaram um importante canal de expressão e resistência, promovendo críticas às políticas públicas atacadas pelos golpistas, denunciando as mudanças legislativas e a atuação de políticos no contexto pós-golpe, não apenas ligados ao Governo Federal, mas também de outras instâncias, como Marcelo Crivella. As agremiações utilizaram o Carnaval como plataforma de combate às propostas golpistas e de defesa da democracia, evidenciando a participação ativa dos carnavalescos como representantes do povo. Este estudo busca a compreensão da relação entre política e cultura no contexto do Carnaval carioca. Os resultados apontam para a importância da arte como forma de resistência e de amplificação da voz do povo. As escolas de samba se tornaram agentes de transformação social, transmitindo mensagens poderosas que mobilizaram a população e promoveram reflexões críticas sobre a realidade política e social do Brasil pós-golpe. Em suma, este trabalho evidencia a relevância das escolas de samba como espaços de resistência e expressão política no contexto pós-golpe de 2016. As manifestações artísticas promovidas pelas agremiações revelaram a coragem e o compromisso dessas agremiações em enfrentar os retrocessos políticos e sociais, dando relevo a importância da cultura popular como instrumento de resistência e fortalecimento da democracia.