Esta pesquisa refere-se à participação das mulheres na construção das políticas públicas e sociais de Educação, através da Escola em Tempo Integral – ETI/Educação Infantil – creches e Habitação Social, bem como sua intersetorialidade/integração e aos resultados sociais, nas comunidades e territórios locais. A metodologia da pesquisa combinou a coleta de dados com a análise documental e de campo. Foram entrevistadas 47 mulheres, divididas em três grupos, a saber: gestoras da Escola em Tempo Integral e de Habitação Social, lideranças dos Núcleos habitacionais e de uma Associação Habitacional, e mulheres beneficiárias das políticas públicas. As políticas sociais analisadas nesta pesquisa foram implementadas por uma gestão pública feminina, em dois mandatos populares do Partido dos Trabalhadores, no município de Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2009 a 2016. Nesses mandatos, a participação popular, como orientação política e como método de governo democráticopopular, estimulou a construção e implementação das políticas sociais com o protagonismo das mulheres na escolha de prioridades do governo municipal, considerando que políticas sociais e novos investimentos públicos têm relevância e podem contribuir na construção e nas condições práticas para a redução das desigualdades sociais e de gênero. Na perspectiva de gênero, o conjunto dos resultados sociais a partir das políticas de Educação - ETI e Habitação Social, mostrou-se com riqueza de detalhamento e profundidade em relatos de vivências das mulheres entrevistadas na pesquisa, que afirmam transformações em suas vidas. Na pesquisa de perfil qualitativo, a produção e organização dos dados inter-relacionaram-se, de forma a refletir, analisar, produzir e explicitar os resultados sociais relativos ao perfil das políticas sociais em estudo. A pesquisa de campo registrou e analisou os relatos de mulheres beneficiárias, lideranças sociais e gestoras públicas, nos quais vincularam-se as histórias, trajetórias e experiências de vidas das mulheres beneficiárias com os resultados ocorridos na construção de sua autonomia, empoderamento e mobilidade social. A pesquisa evidencia a força da intersetorialidade dessas duas políticas, destacando a importância e valor dado pelas mulheres à conquista da casa própria e sua titularidade, a agregação de outras políticas públicas e do direito à cidade, viabilizando autonomia, independência e liberdade e a Escola em Tempo Integral - ETI, que organizou um novo tempo escolar. A jornada ampliada de alunas e alunos também possibilitou às mulheres, em sua diversidade, empoderar-se de seu tempo livre para novas escolhas em suas vidas e isso favoreceu sua autonomia. A integração das duas políticas contribuiu com as mulheres beneficiárias na construção de sua autonomia, independência; participação social/política, empoderamento e mobilidade social residencial e socioeconômica.