A Câmara dos Deputados Federais é um importante espaço de poder e decisão sobre os mais variados temas e problemas que afetam a nação, tais como: questões econômicas, sociais, culturais e ambientais, além dos direitos fundamentais de todos os seres humanos, a exemplo do direito ao trabalho, à educação, à saúde etc. No entanto, esse espaço que se autointitula Casa da Democracia brasileira também é caracterizado pela subrepresentação das mulheres em cargos eletivos, notadamente das nordestinas, evidenciando as desigualdades existentes em nosso país e, em particular, nos espaços de poder institucional. Neste sentido, faz-se necessário aprofundar os estudos sobre representação feminina no Parlamento Nacional, considerando as inúmeras dificuldades enfrentadas pelas mulheres para acessar tal esfera e o inédito ingresso de 12 representantes nordestinas à Câmara Federal na eleição de 2018. Diante disto, a pesquisa visou analisar o perfil, a trajetória e as plataformas político-social e eleitoral das referidas parlamentares com vistas a identificar desafios e estratégias de superação, assim como os arranjos políticos e a presença ou não de pautas e agendas feministas em suas campanhas. A pesquisa utilizou dados de origem secundária, coletados no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), site da Câmara, pronunciamentos e entrevistas. Concluindo assim neste trabalho que foi a partir das experiências relatadas por essas mulheres, que para serem eleitas para um cargo de deputada federal, é necessário apoio político interno, do partido, dos partidos da coligação, de lideranças locais, além de ser necessário ter acesso a recursos financeiros para dar conta das atividades que uma campanha dessa magnitude requer.