Numa época em que a humanidade está sendo seriamente posta à prova pelas mudanças climáticas, perda de (agro) biodiversidade, degradação do solo e má nutrição, é necessária com urgência a busca por soluções abrangentes. O Projeto Paulo Freire é uma política pública que nasce na perspectiva de possibilitar aos seus beneficiários– agricultores e agricultoras familiares – condições tecnológicas, financeiras e produtivas de adaptar seus modos de vida e seus sistemas agrícolas continuamente e, de forma proativa, melhorar suas condições de vida, proteger o meio ambiente e tornarem-se resilientes às mudanças do clima, dentro de uma perspectiva de combater a pobreza com um enfoque agroecológico. Particularmente em regiões como o semiárido cearense, onde as mudanças climáticas representam uma ameaça para a agricultura e a segurança alimentar, o enfoque agroecológico oferece soluções orientadas para o futuro das comunidades pesquisadas. Esse trabalho objetiva analisar, junto às comunidades rurais beneficiárias a sustentabilidade financeira e ecológica dos projetos produtivos agroecológicos familiares sob a perspectiva de políticas públicas rural que subsidiam a implementação das ações do Projeto Paulo Freire. Na metodologia deste estudo, empregou-se a análise documental para examinar as centralidades da proposta, o número de profissionais técnicos envolvidos e os financiadores do projeto. Essa abordagem permitiu identificar a amplitude de uma nova matriz econômica solidária e plural, com potencial para fomentar a economia local de maneira sustentável e promover o empoderamento das comunidades investigadas.